Este blog faz parte do Projeto 2020 Sustentável da cadeira de Gestão Ambiental do curso de Administração UFRGS e foi idealizado pelo professor Luis Felipe Nascimento. Nele falaremos principalmente sobre Emissão Zero e Permacultura, mas também de outros assuntos interessantes que tenham a ver com a questão ambiental. Nossos colegas também estarão trabalhando em outros blogs, os quais vocês estão convidados a visitar. É só clicar nos links disponibilizados na coluna da direita. Aproveitem!Vamos nos educar e cuidar do nosso planeta!

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Centro de Educação para Sustentabilidade da Fundação AlphaVille recebe mais um prêmio

Em 2011, o CES recebeu dois importantes prêmios. O primeiro foi o Marketing Best Sustentabilidade e agora, o Prêmio Anhanguera da Prefeitura de Santana de Parnaíba, município onde o Centro está localizado.
Esses prêmios trazem o reconhecimento pelo trabalho que está sendo desenvolvido pela Fundação AlphaVille no Centro de Educação para Sustentabilidade (CES). Há 3 anos, as atividades no CES são executadas em busca de novas maneiras de enxergar o mundo em que vivemos através da Educação para Sustentabilidade voltada para o público jovem.
Todas as atividades, programas e eventos que acontecem no CES, têm a oportunidade de disseminar novos conhecimentos de integração entre o ser humano e a natureza. Mostrando assim, que a sustentabilidade vai além do conceito de ser algo para salvar o planeta. Antes de tudo, é um conceito que direciona a interação de uma forma mais saudável com a natureza e com nós mesmos, tendo o objetivo de construirmos juntos um mundo melhor.
Sobre o CES AlphaVille: Centro de Educação para Sustentabilidade

O Centro de Educação para Sustentabilidade AlphaVille (CES), da Fundação AlphaVille, nasceu em outubro de 2008 com o propósito de disseminar técnicas e práticas que tragam benefícios nos âmbitos social, ambiental e econômico à sociedade. O complexo é um edifício gerido pela Fundação AlphaVille, após construção e doação da AlphaVille Urbanismo, empresa que tem como princípios profundamente enraizados em sua cultura a responsabilidade socioambiental e o compromisso com o desenvolvimento sustentável.

A própria construção do CES AlphaVille foi planejada e executada com recursos sustentáveis de forma inteligente. As paredes são de tijolos ecológicos, que não precisaram ser queimados, evitando assim a emissão de gases poluentes. O piso é constituído de borracha de pneu reciclado, com uma cobertura de cerâmica feita com restos de fábrica. Já a tinta é natural, a base de cal, e os revestimentos são de fibra de coco e açaí. Com o chamado "teto verde", o telhado é coberto com vegetação, proporcionando conforto térmico e acústico, tanto no inverno como no verão, reduzindo a necessidade de condicionadores de ar. A sede também conta com móveis feitos de tetrapak, horta orgânica e jardins plantados nos conceitos de permacultura, reaproveitamento da água da chuva, estrutura de bambu, tratamento de resíduos sólidos, dentre outras técnicas.

O CES foi o primeiro espaço do gênero a ser construído com recursos da AlphaVille Urbanismo, com gestão da Fundação AlphaVille, desde a concepção do projeto até a gestão das atividades. Com a missão de ser um espaço de educação para a sustentabilidade a partir de demonstrações práticas e teóricas, acabou se transformando em referência nesse segmento, com exemplos de experiências replicáveis, fomento de melhorias sociais, ambientais, econômicas e de percepção do mundo. Dessa forma, além de gerar benefícios diretos à população, é um instrumento essencial de fortalecimento da imagem institucional da AlphaVille Urbanismo, que tem como base de negócio oferecer aos moradores de seus empreendimentos o contato com um meio ambiente saudável.

Projetos: Construção de um mundo sustentável

O CES AlphaVille está construindo sua pedagogia baseada em diretrizes mundiais como a iniciativa da "Carta da Terra" e da "Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável", promovida pelas Nações Unidas. Atualmente, o CES realiza programas educacionais destinados a estudantes do ensino médio de Santana de Parnaíba e Barueri, eventos abertos para o público em geral, palestras e visitações de grupos, sempre com foco nas temáticas da Sustentabilidade Integral.

O conceito da Sustentabilidade Integral estimula o ser a enxergar de uma forma mais ampla o tema da sustentabilidade. A partir de estudos e reflexões sobre os aspectos ambientais, sociais, econômicos, culturais e saúde, podemos construir uma nova visão de mundo, voltada para a preservação e relacionamento harmonioso do homem para com a natureza e seus semelhantes.

Esperamos contribuir para o fortalecimento e a disseminação de conhecimentos importantes para a humanidade. Contribuindo assim para a construção de um mundo melhor, sendo este o objetivo da Fundação AlphaVille em todos os seus projetos.

Missão

Ser desde a sua concepção um espaço de educação para a sustentabilidade com demonstrações e referencias práticas e teóricas sobre como podemos conviver em harmonia com todos os seres.

Visão

Tornar-se uma referência na educação para a sustentabilidade, abrigando exemplos de experiências replicáveis, fomentando melhorias sociais, ambientais, econômicas e de visão de mundo.

Princípios

  • Ética nas relações
  • Inovação para transformar
  • Qualidade nas ações

Fonte: http://www.fundacaoalphaville.org.br/noticias/noticia/128/centro+de+educa%e7%e3o+para+sustentabilidade+da+funda%e7%e3o+alphaville+recebe+mais+um+pr%eamio+

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Seduc divulga resultado do Prêmio Tocantins Sustentável

Seduc divulga resultado do Prêmio Tocantins Sustentável
Ao todo foram inscritos 48 projetos de escolas de todo o Estado, entre agosto e setembro deste ano
Foram conhecidos no ultimo dia 20 os projetos vencedores do Prêmio Tocantins Sustentável. O projeto criado pela Redesat, em parceria com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), tem por objetivo premiar ações de sustentabilidade desenvolvidas pelas unidades escolares do Tocantins. A campeã foi a Escola Estadual Lacerdino Oliveira Campos, de Colinas, com o projeto 7 R´s - Ações que fazem a diferença para um mundo melhor: reduzir, repensar, reciclar, respeitar, recuperar, reutilizar e reflorestar.

Segundo a diretora da escola, Elma Moisés David, a premiação é o resultado de um trabalho conjunto que já é desenvolvido há mais de três anos. “Nós ficamos emocionados com essa vitória porque é fruto do nosso trabalho com os alunos e a comunidade. A adesão dos alunos é muito boa porque eles mesmos vêem aquilo iria para o lixo sendo reutilizado por eles em forma de novos produtos”, relata.

Com muita criatividade e envolvimento da equipe escolar, alunos e comunidade, transformam, através do projeto 7 R´s, auxiliam na preservação do meio ambiente com ações como a reciclagem. O resultado das diversas oficinas oferecidas pela escola são bolsas feitas com o lacre de latas de refrigerante, quadros decorativos utilizando como matéria prima cartões telefônicos e CDs velhos, e até um vestido de noiva confeccionado com sacolas plásticas. Todos esses produtos são expostos num evento especial aberto para toda a população de Colinas.

De acordo com Elma, por meio do projeto as famílias dos estudantes passaram a ter uma nova fonte de renda. “Geralmente, depois da realização das oficinas, muitos dos alunos e até mesmo os pais continuam a confeccionar as peças e revendem esses produtos. Além de cuidar da natureza eles ainda conseguem algum dinheiro com a venda das peças”, explica.

Escolas premiadas

Ao todo foram inscritos 48 projetos de escolas de todo o Estado, entre agosto e setembro deste ano. Os mesmos foram analisados por uma equipe multidisciplinar formada por representantes da Redesat e da Coordenação de Educação Ambiental da Seduc.

Além da Escola Estadual Lacerdino Oliveira Campos, outras seis escolas foram selecionadas na categoria regionais de ensino. Como premiação as unidades de ensino vencedoras ganharão computadores e uma viajem ao Parque Estadual do Cantão, que deve acontecer no próximo ano.

FONTE: http://surgiu.com.br/noticia/23228/seduc-divulga-resultado-do-premio-tocantins-sustentavel.html, em 22/12/11

domingo, 18 de dezembro de 2011

Conferência Internacional discute educação para sustentabilidade


Curitiba sedia a Conferência Internacional de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, evento que se insere na programação da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2004-2015) decretada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reunir docentes, pesquisadores e profissionais de educação do Brasil e de diversas partes do mundo para que interajam, discutam e proponham ideias inovadoras em prol do desenvolvimento sustentável no processo educacional.

O evento é organizado pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Universidade das Nações Unidas (UNU) e o Centro Regional de Integração de Expertise (CRIE).

No Sistema Fiep, a Conferência faz parte do programa maior "Cidades Inovadoras", um conjunto de ações de curto, médio e longo prazo, que visa criar ambientes urbanos propícios à inovação nas indústrias e surgimento de negócios sustentáveis.

A Conferência Internacional será dividida em quatro temas principais, que permearão as mesas-temáticas: "O papel da educação para a sustentabilidade nas universidades, empresas e governo", "Inovação e sustentabilidade para a empregabilidade", "Energia renovável para a equidade" e "Educação e cultura para a conservação". A ideia das mesas temáticas é facilitar a interação de diversas experiências em projetos de educação e em ações pró-sustentabilidade. Haverá participantes de países do continente africano, asiático, europeu e americano.

Experiências do Sesi e Senai - O Sesi e o Senai Paraná participarão ativamente da Conferência. As entidades irão apresentar nas mesas-temáticas algumas das muitas ações que realizam para a promoção da sustentabilidade na educação.

Treze projetos do Sesi e Senai foram selecionados, entre os quais o Programa Aprendendo com a Diversidade; Hotel de Projetos Inovadores (HPI); o projeto "Amigos do Planeta: fazendo a compostagem na escola", de Londrina; os estudos do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis); a experiência do Colégio Sesi; o projeto "O Caminho da Profissão", "Indústria Itinerante", entre outros.

Além disso, o Senai Paraná fará a neutralização do carbono emitido no evento, através do plantio de árvores. O gerenciamento dos resíduos sólidos também será de responsabilidade da entidade que, em conjunto com uma cooperativa de catadores de lixo, fará a separação e triagem dos materiais.

Evento paralelo - Em paralelo à Conferência será realizado o 5º Encontro Internacional dos Centros Regionais de Expertises. As instituições foram criadas pela UNESCO e UNU para facilitar a implementação da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, proclamada em dezembro de 2002 na 57ª reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas. Atualmente existem 60 centros operantes no mundo. O RCE-Curitiba-Paraná, denominado Centro Regional de Integração de Expertise, é o único da América latina.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Educação Sustentável

Projeto de escola pública trata o desempenho ambiental como prioridade e incorpora boas soluções de ventilação, sombreamento e acústica



Escolhas acertadas dão a medida exata do caráter da Escola Bairro Luz, que em breve será erguida no centro de São Paulo, ao lado de construções históricas da cidade, muitas delas tombadas. Com um desenho que privilegiou ao máximo o conforto termoacústico, e favoreceu a iluminação natural, a construção de 4 945 m2 tem tudo para se tornar um centro multiplicador de ideias verdes. Ao investir num edifício cujo princípio fundamental é a economia de luz e água e o bem-estar coletivo, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligada à Secretaria Estadual da Educação, espera estimular o conceito de respeito à natureza entre alunos, professores e funcionários.

"Quando são envolvidos, os usuários se tornam mais conscientes e até os atos de vandalismo tendem a diminuir", diz a arquiteta Helena Ayoub Silva, coautora do projeto, feito com a arquiteta Keila Costa. Por causa do traço sustentável amparado em vários estudos técnicos de luz, temperatura e som, a Bairro Luz ostenta o certificado AQUA, da Fundação Vanzolini, nas fases de programa e projeto. Só depois dos resultados desses levantamentos, a dupla de profissionais se lançou ao trabalho. A consequência disso é um volume robusto de linhas rígidas, medidas exatas e visual moderno, pensado para abrigar 27 salas de aula, duas quadras esportivas, biblioteca, refeitório, salas de reforço, sanitários nos três andares e áreas de recreio coberta e ao ar livre. Minimalista ao extremo para materializar a proposta de racionalidade em todas as etapas da obra, o lugar pretende se tornar um bom exemplo de que cidadania também se aprende na escola. "O processo AQUA levou a FDE a repensar o projeto de maneira global, com a possibilidade de avaliar o impacto de cada solução no edifício como um todo", afirma Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia e consultor da entidade. O primeiro passo será a criação de um canteiro de obras que gere o mínimo de ruídos e de resíduos. Há intenção de reaproveitar, inclusive, parte dos galpões existentes no terreno, que serão demolidos.

Para gerar menos lixo, por exemplo, as paredes desses prédios velhos deverão ser quebradas e utilizadas no contrapiso da nova escola. Outro ponto importante está ligado à origem dos materiais usados na construção, cujos endereços não poderão ultrapassar 300 km de distância da obra para minimizar a emissão de gás carbônico na atmosfera. Sobras, por sua vez, serão distribuídas entre as cooperativas de reciclagem dos arredores. Soma-se a esses cuidados a escolha da estrutura de módulos de concreto pré-moldado, capaz de reduzir o consumo de água no canteiro entre 10 e 50%, além de gerar menos desperdício. "As peças vêm prontas e são apenas montadas no local", explica a arquiteta. Depois de erguidas, as paredes receberão acabamento de chapisco e pinceladas de tinta esmalte à base de água, em mais um gesto de educação responsável.

PROJETO VALORIZA RECURSOS NATURAIS

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Luz: a iluminação artificial se mostra desnecessária em áreas próximas das aberturas. Assim, a setorização da elétrica, com o uso de circuitos independentes, irá ligar apenas lâmpadas em pontos mais distantes das janelas nos dias escuros.

Som: uma tática para garantir conforto acústico será intercalar as janelas basculantes localizadas nos corredores internos. Portas de chapa de aço de 2 mm com miolo de lã de vidro e paredes duplas vão isolar a quadra poliesportiva e impedir que o barulho dos jogos incomode os alunos dentro das salas de aula.

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Sol e chuva: o desenho prevê reúso da água da chuva nas bacias sanitárias. Ela será captada na cobertura e escoada por condutores verticais aparentes (nas laterais do prédio) até uma caixa de tratamento. Também no telhado ficará o sistema de captação de energia solar planejado para aquecer a água das torneiras da cantina.


Fonte:

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/projeto-escola-publica-desempenho-ambiental-prioridade-634115.shtml

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sustentabilidade tem valor no mercado

A mais recente pesquisa mundial da McKinsey mostra que a sustentabilidade está se consolidando na agenda empresarial mundial.

Chamada “Tirando valor da sustentabilidade”, a pesquisa foi lançada na semana passada em São Paulo. Realizada durante o mês de julho, online, coletou as respostas de 3 mil executivos ocupando diferentes cargos em diferentes ramos da economia. O objetivo era saber como estava a situação da gestão sustentável “da porta para dentro” da empresa.

Os resultados mostraram alguns avanços importantes.

Sem maquiagem

O primeiro resultado que chamou a atenção da McKinsey é que mudou o olhar das empresas sobre a sustentabilidade. Os motivos para adotá-la na gestão estão ligados a eficiência operacional (33% das respostas este ano, contra 19% em 2010). Já para 27% dos executivos, a sustentabilidade representa novas oportunidades de crescimento, contra 17% das respostas obtidas em 2010.

Com respeito às práticas que estão sendo efetivamente adotadas pelas empresas, 63% dos executivos responderam que estão reduzindo o uso de energia elétrica; 61% evitam o desperdício de materiais; e 43% afirmam ter diminuído as emissões de gases de efeito estufa dos processos produtivos.

Questões ligadas a marca e reputação foram muito pouco votadas, o que indica, na observação da MacKinsey, que as empresas estão cada vez mais distantes da adoção de medidas de sustentabilidade por motivos de marketing. A tendência mostrada na pesquisa de 2011 é que o tema está entrando de vez no cerne da gestão do negócio, mas apenas pelo viés ambiental. Impactos sociais e questões relativas à ética e integridade nos negócios. Esses dois eixos também fazem parte da sustentabilidade.

As respostas dos brasileiros

Noventa empresas brasileiras responderam o questionário da McKinsey. Um terço delas encara a sustentabilidade como oportunidade de negócios; 3% a considera um risco. Essa resposta destaca o Brasil dos outros países, uma vez que, lá fora, a tendência dos negócios é avaliar a sustentabilidade tanto como “oportunidade perigosa” quanto como “risco oportuno”. Ou seja, os empresários brasileiros estão menos receosos, na opinião da McKinsey. Alguns fatores podem explicar essa atitude. Um deles é a abundância de matérias-primas. Outro é o pequeno risco de faltar água do país (se comparado com outras regiões do planeta).

O fato é que as empresas brasileiras passaram a enxergar a sustentabilidade como uma alavanca para a geração de valor. Por isso, no Brasil, o movimento em prol da sustentabilidade ganha cada vez mais importância no cenário mundial.

O grande capital natural do país é uma vantagem comparativa que permite aos executivos brasileiros olhar o futuro com mais otimismo. No entanto, essa mesma abundância traz a dificuldade de tratar o tema da escassez de recursos com a necessária urgência para transformar a vantagem comparativa em vantagem competitiva.

O Brasil dorme no berço esplêndido do potencial e não lida com a escassez de recursos já próxima – 2020.

Até esse ano, mais três bilhões de pessoas vão deixar a pobreza e serem incluídos na classe média mundial, consumindo cada vez mais esses já escassos recursos. Por enquanto, o mercado tem regulado a demanda. Mas, o preço alto não será suficiente para reduzir a demanda. A atividade agrícola, por exemplo, tem pouco espaço para expandir. Hoje, há 1,6 bilhão de hectares ocupados pela agricultura. O limite de uso sem causar conseqüências negativas é de 2 bilhões de hectares.

É preciso agir

A pesquisa citada mostra que se a consciência avançou. Mas as ações de liderança, por parte das empresas e dos governo ainda estão aquém do potencial existente.

Nesse sentido, a Rio+20 apresenta-se como uma excelente oportunidade para o exercício dessa liderança. Empresas e governos podem assumir, em conjunto ou individualmente, compromissos mais fortes no rumo do desenvolvimento sustentável. Por exemplo: comprometer-se a adotar padrões mínimos de operação por parte das empresas estatais e daquelas brasileiras que também operam em outros países,

Outro exemplo de compromisso necessário para a liderança brasileira: investir pesado em inovação. E aí temos uma boa notícia: o Ministério da Ciência e da Tecnologia pretende instalar parques tecnológicos nas regiões mais biodiversas do país, para agregar valor à biodiversidade. Seria o “vale do silício da biodiversidade”. Seria ótimo poder dar a notícia do início da construção desses parques já na Rio+20.

A idéia é desenvolver potencial de cada produto sem derrubar floresta. Na Amazônia, por exemplo, já foram identificados 300 produtos com reconhecido potencial, mas o Brasil só usa comercialmente seis: guaraná, açaí, castanha, cupuaçu, graviola e látex, conforme notícia veiculada pelo jornal Valor de 6/10/2011.

Um exemplo do que o país perde é dado pelo açaí. Aqui, é vendido como suco ou sorvete e tem algumas aplicações em cosméticos. Nos EUA, o fruto vira 20 produtos diferentes, do tradicional suco até fitoterápicos e suplementos alimentares.

Se não houver investimento em inovação, o país continuará a ser exportador de matéria-prima e só.

A idéia é que esses parques tecnológicos ajudem a desenvolver uma indústria que dê empregos, crie renda e gere desenvolvimento. Sem derrubar floresta.

O Brasil precisa inverter as suas prioridades. Por enquanto, comporta-se como um herdeiro rico que gasta a fortuna sem se preocupar com o futuro, achando que ela vai durar para sempre. Um exemplo dessa atitude é a permanência de uma área totalmente desmatada e abandonada de cerca de 200 mil km2.

Empresas, governos e sociedade precisam adotar outro modo de vida: de usar a riqueza de hoje para gerar mais riqueza, lembrando que nosso maior diferencial é a economia do conhecimento natural.

(Fonte: Instituto Ethos)

A Casa de Emissão Zero

Usualmente o fim de ano é marcado por sucessivas notícias de chuvas fortes que geraram enchentes, desabamentos, perdas, desabrigados e mortes de pessoas ou mesmo famílias, cuja falta de estrutura de grandes cidades, aliada à omissão de políticas públicas eficazes baseadas em estudos divulgados e casos similares, colabora para as tragédias tão noticiadas pela mídia, no entanto, não podemos desprezar a força da natureza, haja vista a proporção inédita do volume de água despejada sobre nosso solo. Igualmente, não podemos ignorar tais fatos como sinalizadores das conseqüências cada vez mais sérias que o descaso do homem para com seu habitat vem causando, contudo, ainda que insuficientes, algumas inovações estão surgindo como opções ou diretrizes para uma nova relação homem-meio ambiente.

Em meados de 2008, houve, no Japão, uma demonstração de empresas de tecnologia nipônicas de algumas de suas criações em o que foi chamada de “casa de emissão zero”. Segundo o governo japonês, a casa é capaz de abrigar uma família com quatro integrantes sem causar impacto ambiental algum, através da ausência da emissão do gás carbônico, sendo a iniciativa parte dos esforços desse governo para ajuda o planeta a receber a metade das emissões do carbono até a década de 2050.

A moradia utiliza um gerador eólico e painel fotovoltaico, isto é, que transforma a energia solar em energia elétrica, as janelas, inclusive, contêm painéis de energia solar que não alteram a transparência dos vidros, e a energia produzida por tal sistema é quatro vezes superior à média das residências em geral, mas a casa não se resume a isso, ela está equipada com diversos eletrodomésticos. Um deles é o ar-condicionado, inúmeras vezes é apontado como um dos grandes vilões do consumo desenfreado de energia, que nesse caso possui sensores de calor que, após identificar a posição dos presentes no cômodo, lança seu ar frio em direção a eles através de ondas, existindo ainda uma máquina de lavar que não precisa se água para funcionar.

Este aparelho é, na verdade, um modelo três em um. O vestuário fica limpo após o contato com o ar, através da chamada ozonização. Entretanto, se a inovadora lavadora consome o dobro da energia da lavagem tradicional, ela consome apenas um quinto do processo de lavagem e secagem completo. Um modelo de televisão de uma das companhias é anunciado como um consumidor duas vezes mais econômico do que aparelhos concorrentes, sendo a espessura da tela de cristal líquido de apenas dois centímetros.

Quanto à qualidade dos produtos, podemos dizer que as empresas japonesas estão no caminho certo, restando, agora, fazer destas alternativas uma realidade economicamente viável para que a experiência se torne realidade e possa ser espalhada em todo o mundo.

(Fonte: Coluna "Mercado Imobiliário" do jornal Estado de Minas)


A geração futura e o mundo

*Texto extraído do blog Atitude Sustentável, no site www.mundocaixa.com.br


Há dias recebi uma provocação de um amigo sobre o formato da seguinte frase: todo mundo fala em deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas ninguém fala em deixar os nossos filhos melhores para o mundo. Faz sentido, não? Em um mundo onde o consumismo desenfreado é uma das raras referências uniformizadas que as crianças têm em mente, como convencê-las a pensar no amanhã?

Qual pai ainda não foi censurado pelo filho por deixar a água correr ao escovar os dentes, por fumar ou por dizer algum palavrão? Ao mesmo tempo que os baixinhos são os provocadores da mudança em nós, o reverso da moeda também é verdadeiro. Não é raro em nosso dia a dia, nós, pais, que passamos imenso tempo longe de casa por causa da necessidade de trabalhar para garantir a subsistência, tentarmos compensar com presentes e laissez-faire (em português algo como “deixar pra lá”) nossa ausência na formação do nossos filhos.

Por causa desta falha, na maior parte das vezes, o que obtemos são crianças supermimadas, sem noção de limites, com poucas referências de educação e de respeito tanto pelos mais velhos quanto pelas instituições e pela diferença em geral.

Quantas vezes ouvimos falar aqui em Brasília, que as famosas gangues de rua, contrariamente ao que se poderia pensar, não são compostas por adolescentes oriundos de comunidades carentes encurraladas fora da cidade, mas sim por filhos de boas famílias do Plano Piloto? O pior é que, infelizmente, o fenômeno não é uma exclusividade da Capital Federal. Ele se repete em outras grandes cidades do Brasil e do mundo.

É aí que percebemos a importante função da educação. E não é unicamente da educação no sentido corporativo (escola/universidade). Mais uma vez – como todos os assuntos que têm a ver com sustentabilidade – o diagnóstico precisa ser abrangente, inclusivo e coerente.

De nada serve à criança ouvir falar de respeito na escola, se em casa o padrão é a falta dele. De nada serve à criança ouvir falar sobre tolerância à diferença em casa, se na escola a uniformidade é cultivada. De nada vai servir a criança ouvir falar, na escola, da importância em cuidar do planeta se em casa o que reina é o desconhecimento total dos bem-feitos da reciclagem.

De nada serve falar em casa, de liberdade de culto (ou de não culto), se na escola há o ensino exclusivo, e impositivo, da religião católica. De nada serve à criança ouvir falar na escola de equidade entre mulher e homem, se em casa a mãe está sempre na cozinha e o pai frente à televisão. E por fim, de nada serve falar de laicidade do estado se depois aparece uma lei que obriga entre outros à inclusão do ensino religioso nas escolas publicas.

À contribuição para que a próxima geração trate bem as pessoas e o planeta, temos que dar o exemplo. É preciso então abrangência, inclusão e coerência. Abrangência no sentido de aplicar a mudança de paradigma a todas as áreas da nossa vida. Inclusão para pensar em todos ao mesmo tempo e coerência para que, de fato, as fundações sejam sólidas e sem buracos de raciocínio.


*David Borges
Gerente de Responsabilidade Social Empresarial do Grupo FENAE

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