Este blog faz parte do Projeto 2020 Sustentável da cadeira de Gestão Ambiental do curso de Administração UFRGS e foi idealizado pelo professor Luis Felipe Nascimento. Nele falaremos principalmente sobre Emissão Zero e Permacultura, mas também de outros assuntos interessantes que tenham a ver com a questão ambiental. Nossos colegas também estarão trabalhando em outros blogs, os quais vocês estão convidados a visitar. É só clicar nos links disponibilizados na coluna da direita. Aproveitem!Vamos nos educar e cuidar do nosso planeta!

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domingo, 11 de dezembro de 2011

A geração futura e o mundo

*Texto extraído do blog Atitude Sustentável, no site www.mundocaixa.com.br


Há dias recebi uma provocação de um amigo sobre o formato da seguinte frase: todo mundo fala em deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas ninguém fala em deixar os nossos filhos melhores para o mundo. Faz sentido, não? Em um mundo onde o consumismo desenfreado é uma das raras referências uniformizadas que as crianças têm em mente, como convencê-las a pensar no amanhã?

Qual pai ainda não foi censurado pelo filho por deixar a água correr ao escovar os dentes, por fumar ou por dizer algum palavrão? Ao mesmo tempo que os baixinhos são os provocadores da mudança em nós, o reverso da moeda também é verdadeiro. Não é raro em nosso dia a dia, nós, pais, que passamos imenso tempo longe de casa por causa da necessidade de trabalhar para garantir a subsistência, tentarmos compensar com presentes e laissez-faire (em português algo como “deixar pra lá”) nossa ausência na formação do nossos filhos.

Por causa desta falha, na maior parte das vezes, o que obtemos são crianças supermimadas, sem noção de limites, com poucas referências de educação e de respeito tanto pelos mais velhos quanto pelas instituições e pela diferença em geral.

Quantas vezes ouvimos falar aqui em Brasília, que as famosas gangues de rua, contrariamente ao que se poderia pensar, não são compostas por adolescentes oriundos de comunidades carentes encurraladas fora da cidade, mas sim por filhos de boas famílias do Plano Piloto? O pior é que, infelizmente, o fenômeno não é uma exclusividade da Capital Federal. Ele se repete em outras grandes cidades do Brasil e do mundo.

É aí que percebemos a importante função da educação. E não é unicamente da educação no sentido corporativo (escola/universidade). Mais uma vez – como todos os assuntos que têm a ver com sustentabilidade – o diagnóstico precisa ser abrangente, inclusivo e coerente.

De nada serve à criança ouvir falar de respeito na escola, se em casa o padrão é a falta dele. De nada serve à criança ouvir falar sobre tolerância à diferença em casa, se na escola a uniformidade é cultivada. De nada vai servir a criança ouvir falar, na escola, da importância em cuidar do planeta se em casa o que reina é o desconhecimento total dos bem-feitos da reciclagem.

De nada serve falar em casa, de liberdade de culto (ou de não culto), se na escola há o ensino exclusivo, e impositivo, da religião católica. De nada serve à criança ouvir falar na escola de equidade entre mulher e homem, se em casa a mãe está sempre na cozinha e o pai frente à televisão. E por fim, de nada serve falar de laicidade do estado se depois aparece uma lei que obriga entre outros à inclusão do ensino religioso nas escolas publicas.

À contribuição para que a próxima geração trate bem as pessoas e o planeta, temos que dar o exemplo. É preciso então abrangência, inclusão e coerência. Abrangência no sentido de aplicar a mudança de paradigma a todas as áreas da nossa vida. Inclusão para pensar em todos ao mesmo tempo e coerência para que, de fato, as fundações sejam sólidas e sem buracos de raciocínio.


*David Borges
Gerente de Responsabilidade Social Empresarial do Grupo FENAE

Um comentário:

  1. Somente com exemplos de amor e respeito consigo mesmo, e com os que nos rodeiam, é que se pode formar homens honestos, trabalhadores responsáveis, que conhecem e respeitam os seus limites e do seu próximo.

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